terça-feira, junho 21, 2011

Amor à dois

Para comemorar as minhas Bodas de Prata - 21/06/2011

Quem disse que o amor se reveste de paciência sem limites, doação e renúncia,
 penso ter se enganado. O amor não é manso. É agressivo, busca com força,
com desatino. O amor não é paciente, não sabe esperar,
corre atrás, laça,
amordaça, quer dominar.
O amor não é só doação, dá e cobra retorno e retribuição. O amor não é renúncia,
 resignação. O amor é luta.
O amor não tem preconceitos de idade, cor ou nível social. Ama-se em todas as idades,
brancos, negros, amarelos, pobres, ricos e miseráveis. Com a mesma força,
o mesmo impulso. Com as mesmas regras de conquista e posse.
O amor não é cego. Vê muito bem, reconhece no outro o que é feio no físico;
mas aceita e compreende. Porém, repudia os defeitos da alma tais como a frieza
de sentimentos e o egocentrismo fora dos limites. Às vezes tolera, mas em geral
estes defeitos levam o amor a virar suas costas e partir, sem nenhuma volta.
Quem ama não espera ser buscado, busca. Quem ama não se dobra às conveniências
sociais ou econômicas, se opõe a tudo e a todos para se realizar. Quem ama não
cala seu grito, fala e expõe. Quem ama não se encolhe dentro do próprio orgulho,
mas também não suplica, não se humilha. Luta, tenta a conquista. Quem ama não
esquece os detalhes do outro: A voz, o som dos passos, as datas importantes,
as horas passadas juntas, o riso e as lágrimas.
Amar não é perdoar o outro os seus deslizes, é aceitar o outro com seus defeitos,
fraquezas e supervalorizar as qualidades.
Amar é querer o outro sempre perto. O amor não aceita distâncias, amanhãs, depois
ou talvez. O amor quer agora, o tempo urge e a realização não pode esperar.
Amar é querer unicidade com o outro, todo dia, toda hora. Amar é participar sempre,
das alegrias, dos sucessos, dos fracassos, das dores, das derrotas.
Quem diz que ama e não busca, não entrega, não quer estar junto, não luta, não ama,
apenas se relaciona!

quinta-feira, junho 16, 2011

Gosto de gente assim...


Gosto de gente que deixa o espírito se perder na infância: gente que ainda gosta de algodão doce e dá risada quando vê que o nariz está sujo de chantilly.
Pessoas que tem a certeza de que nada é tão certo quanto parece, e que viver o hoje ainda é mais importante que fazer planos. E que sabem que fazer planos é importante, mas entendem que deixar o mundo lhes surpreender um pouco também não dói.
Essa gente que gosta do hoje, mas acredita que amanhã pode ser ainda melhor. Que ainda dá bom dia na rua pra um desconhecido e sabe ceder o lugar no ônibus com um sorriso no rosto.
Quem ainda se surpreende com coisas idiotas e não tem vergonha de chorar quando dói. Gente que diz um “eu te amo” despreocupado enquanto abraça a mãe, ou que ganha o dia quando ganha balas do avô.
Esses de espírito leve, que dizem “eu te perdoo” pra quem lhes machuca e não conseguem pedir desculpas. De alma crescida, que sabem também perdoar a si mesmos quando agem errado.
Gosto de gente que ri de palhaço, que põe a língua pra fora quandochove, só pra sentir o gostinho da chuva. Gosto de gente que dança sem música, que vai no circo e que senta na grama. Gente que come doce antes do almoço com cara de quem está fazendo arte, de quem vê foto e sente saudade.
De quem tem a capacidade de se apaixonar todos os dias por algo novo. De quem sorri com o coração. Gosto de gente travessa, arteira e espontânea. Como aquele sorriso que criança dá quando gosta de você.
Gosto de brigadeiro, de pipoca, de maçã do amor e de roda gigante. Gente que sabe fazer a vida um tobogã divertido. Que não se lamenta à toa e sabe agradecer quando algo ou alguém lhe agradam.
Sou fã de gente criança assim: capaz de sorrir depois de ler esse texto, mesmo que pra ninguém ver, porque sabe que um sorriso nunca é desperdiçado.
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