terça-feira, setembro 21, 2010

É primavera…




Caio Lucas


É primavera…
Espero os momentos,
a vida,  
as estações, o dia,
à noite, nós.


Demore um pouco e me deixa louco,
como foi setembro, o outro,
se chegar, toque meu rosto,
talvez ainda seja inverno.


Traz o braço, o abraço,
deixa-me quente,
faz um traço de saliva na pele,
depois me toque com a boca,
faça com que eu grite de prazer.


Quando terminar a primavera,
deixa chuva chegar, a saudade,
fico triste por dias,
e meses te procuro,
até um louco vento me levar ao outono.


Sopra no ouvido teus desejos,
vem o frio, vento norte,
role um pouco na cama,
aconchega-se no meu sol,
e sorri quente de tesão, até o inverno.


É primavera...
Quase tudo é felicidade,
não eu sem ti,
meu corpo sem o teu, meu,
para sempre, até noutras estações.

domingo, setembro 19, 2010

CRISTAIS DE AFETO
Lena Gino
A vida passa tão corrida que a gente nem percebe como anda tratando os nossos amores, amigos e familiares. Eu acredito que as pessoas queridas são como peças raras, frágeis e caras, que a gente não deve apertar demais, nem deixar frouxas nas mãos.
Afetos são como cristais...
É preciso tomar cuidado pra não trincar, nem partir. Então imagina só o coração como uma caixa que a gente vai guardando pessoas importantes, aquelas que fazem diferença na vida. Como você carregaria essa caixa no seu dia-a-dia?
É... Tem que prestar atenção, mesmo...
O segredo é carregar com delicadeza e, ao mesmo tempo, com firmeza, pra que elas não se espalhem, não se quebrem, nem se percam pelo caminho.
A minha caixa eu seguro, aqui, perto do peito.
Piso firme, olhando pra frente, cuidando pra não tropeçar. Carregar pessoas queridas é responsabilidade grande.
Não é de qualquer jeito.
E se no trajeto a gente precisar pousar a caixa, é importante escolher um lugar seguro, mas de fácil acesso, pra nunca perder de vista. Assim o cristal não se quebra, nem fica esquecido. Cristais podem durar para sempre. Afetos também...
A gente precisa é aprender a carregar...
Bjus gentemm.. até a próxima!!! 

sexta-feira, setembro 10, 2010

Entre nós


 
© Letícia Thompson

Amar é importante. Sentir o amor, sentir-se amado é importante.
O grande mal que atinge o mundo é a ausência daquilo que chamamos o maior de todos os sentimentos e a maior dentre todas as coisas.

Não falo aqui do amor carnal, embora este entre em conta na contabilidade da felicidade de cada um de nós. O que falo é no amor que gera a atenção, aquele devido e reclamado por cada ser, mas mais reclamado que tudo, como se o dar não fizesse parte do acordo implícito em cada relação humana.

As pessoas desinteressam-se das outras, porque dizem-se ter o suficiente com os próprios problemas. E o têm, provavelmente. Mas o que gera o isolamento, a solidão temida, é justamente querer receber aquilo que nos recusamos a dar. O que falta é a atenção necessária ao outro para sentir-se, pelo menos, ouvido e parte integrante na roda da vida.

 Cada um fala por si e poucos são os que se importam realmente com que o outro diz, com seus reais sentimentos, suas reais razões. Muitas e muitas vezes quando um fala, o outro já está preparando-se para dizer, sem ponderar, aquilo que ele mesmo pensa ou sente.

Pessoas tornam-se assim, surdas às outras, porque só conseguem ouvir a voz do próprio egoísmo, não por maldade, mas pelo apelo das próprias necessidades. Pessoas juntas sentem-se sozinhas, casais unidos pela vida sentem-se abandonados, amigos criam relações superficiais, pais e filhos distanciam-se.

Olhar nos olhos do outro é importante. Perceber a dor ou a felicidade e compartilhar dela é fundamental ao outro na sua necessidade de se sentir amado. Poucos, raros mesmo, são os que param o que estão fazendo quando o companheiro, amigo ou colega de trabalho precisam falar. Parte do que se diz fica desconectada no ar e a outra parte, invariáveis vezes, esquecidas depois. Numa fração de segundo a frase "do que mesmo estávamos falando?" pode entrar na conversa, deixar um sem ação e o outro sem graça.

A atenção dada ou recebida faz parte do tratamento e da cura dos males que tomam conta do mundo, ela reforça relações, cria laços, solda, une e faz bem.

Não ouvimos Deus porque não queremos ouvir, porque, quem sabe, o que Ele quer nos dizer nos desagrada e contraria, mas Ele fala e só percebemos isso depois com o infalível "eu sabia" que nos fere como um punhal. Não somos ouvidos por Ele porque não abrimos inteiramente nosso eu, temos sempre pressa, estamos sempre ocupados.

Entre Deus e nós e entre nós e os outros somos os que definimos o tipo de relação que temos. Podemos colocar o primeiro tijolo ou esperar que alguém o faça. Porém a ordem com que este é colocado influencia e determina cada um dos nossos passos e abre ou fecha para nós as portas do paraíso.


Bjus e Bom final de semana gente!!!!

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